Acolhimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista é discutido no TRT-5



Presidente do TRT-5 fala ao microfone na abertura do Seminário. A juíza do Trabalho Adriana Manta está sentada ao lado.   
 

“O Tribunal quer que as pessoas conheçam o Transtorno do Espectro Autista (TEA) para que, conhecendo, possam fazer a diferença no acolhimento e na compreensão”, essa foi a motivação do Seminário sobre Acolhimento a Pessoas com TEA na Justiça do Trabalho, nas palavras da presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5), desembargadora Débora Machado. A magistrada participou da abertura do evento na manhã desta terça (22/8), no Tribunal Pleno, em Nazaré.

A presidente comentou que o seminário tem o objetivo de desenvolver um trabalho ainda melhor para a sociedade visando à inclusão. Nesse mesmo sentido, a juíza do Trabalho Adriana Manta, que mediou o seminário, afirmou que a Justiça do Trabalho é uma casa de recebimento de pessoas, e que o povo é diverso e precisa ser conhecido: “É preciso saber e entender que algumas condições não são visíveis,  como nos casos de pessoas com TEA ”. Ela ainda ressalta que é necessário oferecer uma prestação jurisdicional de qualidade, baseada no apoio entre os agentes, tanto para o público interno quanto para o externo.

O seminário, que transcorreu pela manhã, contou com a palestra do psicólogo Luis Humbert, que discorreu sobre as características do transtorno, a dimensão em diferentes fases da vida e o impacto no mundo do trabalho e na família. “São pessoas que sofrem com a dificuldade de acessibilidade no trabalho e nos relacionamentos”, afirma. O psicólogo ainda falou sobre critérios de diagnóstico e sobre o esforço desenvolvido pelas famílias na busca de tratamento adequado para pessoas com TEA.

O palestrante Luis Humbert fala ao microfone

A advogada e cofundadora do Coletivo Autimais, Fabiani Borges, falou sobre sua experiência com o TEA na família e como advogada que atua para famílias de pessoas com deficiência: “não é a deficiência dos nossos filhos que nos faz sofrer, mas são os sucessivos 'nãos' que a gente recebe”. Para a advogada, a exaustão vem também da luta contra uma sociedade que é capacitista e que apresenta vários outros preconceitos. “É o 'não' da escola que não quer fazer a inclusão daquele aluno; o do plano de saúde que não quer pagar o tratamento; do professor; e muitas vezes da família, que diz que o que estamos fazendo é superproteção”, desabafa.

O evento foi elaborado a partir do Manual de Atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista, do Conselho Nacional de Justiça (link interno), e contou ainda com a presença da desembargadora Ivana Magaldi e da juíza auxiliar da Presidência, Marília Sacramento.  O seminário foi transmitido pelo canal do TRT-5 no YouTube. 




 

Secom TRT-5 (Fabricio Ferrarez) – 22/8/2023